A partir de 2022, a carga horária de inglês da Escola Autonomia será ampliada desde a Educação Infantil até o 6º ano de Fundamental 2. Mas por que começar tão cedo? Qual é o momento certo de expor crianças aos novos idiomas? Quais são as atividades de inglês que mais funcionam para os pequenos? Continue lendo e saiba mais sobre o tema.

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Além do Novo Ensino Médio, teremos mais mudanças curriculares importantes em 2022 na Escola Autonomia. A partir deste ano, aumentaremos a carga horária de inglês de três para quatro aulas semanais de 50 minutos do Ensino Infantil ao 6º ano de Fundamental 2. Em 2023, a carga será ampliada novamente: as aulas de inglês passarão de quatro para cinco vezes na semana, ou seja, todos os dias letivos.

A nova configuração permitirá que as crianças sintam-se mais confortáveis com o idioma estrangeiro. A proposta não é nos transformarmos em uma escola bilíngue, e sim formar estudantes que, ao sair do Autonomia, saibam falar inglês fluentemente, com segurança para encarar desafios internacionais.

Para concluir este objetivo, precisamos começar já na Educação Infantil. A ideia é que as crianças aprendam inglês com a mesma naturalidade com que aprendem sua língua materna. Assim, os pequenos e pequenas compreendem um novo idioma ao mesmo tempo que entendem o próprio, sem distinção evidente do que é materno ou estrangeiro.

As aulas de inglês para crianças desde muito jovens têm inúmeros benefícios. O primeiro é a construção de uma pronúncia mais acurada, uma vez que eles aprendem a falar no segundo idioma ao passo que aprendem a fala como um todo. Os pequenos e pequenas aprendem mais rápido, possuem menos medo de errar e são menos tímidos em suas tentativas. Quanto mais cedo começarem a aprender, melhores os resultados.

Para crianças de até seis anos, não há material formal na Escola Autonomia: ensinamos inglês a partir de situações do dia a dia e atividades lúdicas de inglês. O foco não é o ensino tradicional do idioma, e sim o aprendizado natural e intuitivo por meio de brincadeiras, literatura e expressão corporal. 

Nesta faixa-etária de Ensino Infantil, os estudantes ainda não entendem completamente o que significa um idioma, por isso estão dispostos a aprender e reproduzir o que é mostrado. Não há o medo adulto e limitante de errar. Para as crianças, pouco importa se estamos misturando palavras de inglês com português, de espanhol com russo. Não há separação evidente das línguas, por isso não há certo nem errado.

Para suprir a inexistência de materiais didáticos formais, somos criativos. Um recurso utilizado com frequência em aulas de inglês para crianças é a contação de histórias com imagens. Eles não entendem uma narrativa textual inteira em inglês, mas, com ajuda de desenhos e ilustrações, conseguem compreender a história — às vezes mais do que qualquer adulto.

No Autonomia, também usamos a expressão corporal como ferramenta de inglês para crianças. Por meio de músicas, dança, pintura e sinestesia, as turmas de Ensino Infantil se apropriam das artes e do contato com a natureza para aprender outro idioma. Sempre que possível, costumamos vincular os temas trabalhados em outras vivências do Infantil com as aulas de inglês.

É importante notar que não é porque não temos materiais formais que não há rotina de estudos. As aulas de inglês nunca são iguais, é verdade, mas começam sempre da mesma forma: em roda, cantamos músicas no idioma estrangeiro e cada um tem seu momento de falar. Com mediação de professores, as crianças perguntam aos colegas como se sentem, o que comeram, do que gostam. Assim, experimentam a língua sem pressão ou regras gramaticais confusas.

A partir do 1º ano do Ensino Fundamental, introduzimos materiais didáticos de apoio nas turmas, como cadernos e folhas de exercícios lúdicos. Paralelo ao aprendizado de inglês, as crianças estão se alfabetizando em português. Assim, se familiarizam com a leitura e escrita primeiro na língua materna, para depois avançar para o segundo idioma.

"As atividades de alfabetização em inglês são parecidas com o português. Usamos jogos de memória para relacionar imagens com a palavra escrita, por exemplo. Assim, as crianças associam uma coisa à outra e se expõem ao aprendizado. Às vezes, escrevem errado e sabem que tem algo errado, mas ainda não sabem o que é. Tudo faz parte." — Tânia Carolina Benevides, professora de inglês de Fundamental 1.

Como na Educação Infantil, também trabalhamos com o vínculo de temas entre disciplinas. Cada vez mais seguros em ler, escrever e fazer conexões entre conteúdos, as crianças extrapolam os limites de línguas e temáticas para aprenderem simultaneamente. 

É evidente que o processo de naturalização do português é muito mais rápido e intuitivo em comparação ao inglês, porque a língua materna será sempre a referência. Entretanto, entendemos que não é necessário esperar até que o estudante saiba ler e escrever para ter o primeiro contato com o idioma estrangeiro. As coisas podem — e devem — caminhar juntas desde o Ensino Infantil.


Lara Rojas Alvarez (Professora/Inglês)
Tânia Carolina Benevides (Professora/Inglês)